A nova carteira de identidade, que reunirá RG, CPF e título de eleitor, ressuscitou hoje na Folha de S. Paulo. Apelidada de RIC, turbinada por chips, deve estrear em outubro, depois de 16 meses de embromation. Boa ou má ideia?
Bolado para carimbar 150 milhões de brasileiros da mesma forma, unificando suas informações num banco de dados que daria orgulho a qualquer big brother, o RIC é mais um ponto a favor da segurança na briga entre segurança e privacidade. Depois de anos abrindo mão da nossa intimidade na internet, por que não escancarar nossa vida também para o governo?
O grande motor dessa iniciativa é a estrutura desastrada do atual RG – dividida por estados, permite a qualquer mau cidadão construir uma quilométrica ficha criminal num estado e depois pegar uma carteira de identidade com tudo zerado em outro. Quem, diante das nossas taxas de crime, pode se atrever a questionar a necessidade de uma mudança?
Bom, isso é um argumento. Outro é enfiar, num mesmo documento, o histórico de pagamento de impostos das pessoas e, pior, a identificação da vida eleitoral de todo mundo. Isso é mesmo necessário? O que tem a ver alguém votar ou não com o combate ao crime?
De qualquer forma, aparentemente é algo com que teremos de conviver. É da lei, desde a década de 90. Os planos iniciais eram de começar a recadastrar todo mundo em janeiro do ano passado, para em três anos chegar ao ponto de identificar 80 mil pessoas por dia. Mais cedo ou mais tarde seremos 150 milhões identificadíssimos.
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