Técnica inédita descobre idade a partir de pequena amostra de sangue
SÃO PAULO - Com uma nova técnica desenvolvida na Holanda, pesquisadores conseguem estimar a idade de uma pessoa a partir de amostras de seu sangue.
Imagine a cena. A vítima está caída no chão. O crime foi cometido na sala de estar, com um castiçal, e a única pista que a polícia tem do assassino é uma gota de sangue encontrada no local – e que, obviamente, não pertence à vítima.
Se a vida fosse mesmo uma partida de Detetive, seria fácil encontrar o culpado em meio a apenas seis suspeitos. No entanto, a realidade é um pouco mais complicada...
Uma solução possível para o crime e bastante popularizada pelas séries investigativas de TV seria fazer a análise de DNA dessa amostra. No entanto, não só esse procedimento nem sempre é possível como, mesmo que se conseguisse extrair material genético das células brancas (já que as hemácias não têm núcleo), essas informações poderiam não ser muito úteis em um primeiro momento.
Além do custo, há a questão crucial de saber com quem se compararia a amostra de DNA e, em última instância, se haveria autorização para coletar material do suspeito.
Por isso, cientistas do Centro Médico da Universidade Erasmus pesquisaram quais outras informações estariam presentes naquelas gota e poderiam ajudar a polícia a afunilar a lista de suspeitos. O resultado? Um método que revela a idade.
Até agora, era necessário ter dentes ou ossos para determinar quantos anos uma pessoa tinha. No entanto, na maioria das cenas de crime, é mais comum encontrar um rastro de sangue do suspeito do que algum desses outros materiais.
O trabalho publicado na Current Biology foi liderado pelo professor Manfred Kayser, de Biologia Forense Molecular. Ele utilizou o fato de que certas moléculas de DNA em algumas células sanguíneas decaem com a idade para desenvolver um teste bastante confiável. Nele, é possível prever a “categoria” de idade na qual a pessoa se encontra.
As moléculas utilizadas, as chamadas sjTREC, são liberadas como resultado de adaptações feitas pelo nosso corpo para formar novas células imunológicas (células T). É o número dessas moléculas sjTREC que decai coma idade. Os pesquisadores trabalham agora para aprimorar os testes e tornar os números cada vez mais precisos.
Os resultados fornecem uma informação importante, por exemplo, para afunilar as buscas por um suspeito ou até mesmo identificar as vítimas em um desastre.
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