Especialistas sugerem que relógio atômico padronize horário mundial
Na semana passada foi realizada uma reunião em que especialistas da União Internacional das Telecomunicações (UIT) tentaram responder uma pergunta que há décadas segue sem resposta: é necessário mudar o padrão com que atualmente contabilizamos o tempo? A solução foi novamente adiada para outra reunião, já que não houve uma posição unânime. Atualmente, e desde o século XVII, o tempo de nosso mundo é regido pelo GMT (Tempo Médio de Greenwich).
Este padrão, criado pelos ingleses, se baseia na rotação da Terra, tendo como referência o meridiano zero de Greenwich Park. O problema é que, como se constatou durante o século XX, o movimento da Terra não é tão preciso quanto se acreditava, por isso, a cada determinado período de tempo, deve ser adicionado à hora oficial o chamado "segundo intercalar", para ajustar nosso horário aos processos astronômicos. Isso já aconteceu 24 vezes nos últimos 40 anos, ainda que não tenhamos notado.
Em 1955 foi inventado o relógio atômico levando-se em conta que as vibrações dos átomos têm uma confiabilidade maior para medir o tempo do que o movimento de nosso planeta. Por isso, foi estabelecido o Tempo Atômico Internacional, que desde então tem sido usado simultaneamente à medida de Greenwich. Quatrocentos relógios atômicos em todo o mundo trocam informações que são processadas pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas.
Muitos membros da UIT esperam que o tempo atômico substitua definitivamente o astronômico como padrão oficial, já que sua precisão, como explicam, melhoraria os sistemas de telecomunicações e evitaria erros em redes de computadores. Os opositores, que defendem a continuidade do Tempo Médio de Greenwich, ponderam que esta medida pode fornecer uma unidade de segundo mais precisa, mas irá entrar em contradição com a rotação planetária, ou seja, com a nossa noção de dia e noite. O debate continua em aberto. Mas, seja qual for a sua medição, o tempo não deixa de passar.
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BBC
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